"Essas drogas possuem efeitos tão fortes que alguns delírios e alucinações causados pela droga podem levar o usuário ao suicídio por razões ilusórias, como uma perseguição imaginária, por exemplo." |
Marise Jalowitzki
Uma mãe pergunta se o suicídio pode estar relacionado ao uso de cocaína. A resposta é: sim. E não somente a cocaína, como todas as drogas, lícitas ou receitadas em consultório, pertencentes à família das anfetaminas. Embora o uso de cocaína seja amplamente combatido, incluindo as buscas policiais, não se estabelece o mesmo rigor no uso de medicamentos psicotrópicos à base de anfetaminas. Acredita-se que, devido ao acompanhamento criterioso do médico, os problemas de dependência poderiam ser evitados, devidamente monitorados e os efeitos colaterais graves, como as ideias de suicidalidade e as tentativas de suicídio (muitas vezes perpetradas), poderiam ser evitadas.
Entretanto, sabemos que tal monitoramento (pelo médico) é, muitas vezes, falho, por inúmeros fatores:
1) No caso de crianças e adolescentes, muitos pais recebem o diagnóstico de algum transtorno, juntamente com a prescrição da droga psiquiátrica, logo na primeira consulta, sem que exames mais aprofundados sejam realizados.
2) Em muitos casos relatados pelos pais, quando há um efeito colateral que assusta os genitores, certos médicos recomendam simplesmente aumentar a dose, para que o corpo "se acostume". Na maioria das vezes não funciona, pois o corpinho em desenvolvimento não abarca tanta toxicidade e os resultados podem ser imprevisíveis, seja em curto, médio ou longo prazo.
3) O fato de anfetaminas, em um adulto, deixar "ligadão", enquanto no organismo infantil deixa "quieto e concentrado", faz os pais acreditar que está tudo bem! Cada faixa etária tem suas reações específicas. E cada organismo pode apresentar efeitos colaterais diversos.
4) Em muitas situações, a sensação inicial de serenidade e foco concede uma "certeza" insólita de que as coisas "entraram nos eixos" e o adulto pensa em não dispensar mais o uso de anfetaminas, usando-as sem critério.
Ocorre que tudo isto é temporário e, no uso continuado, as mais das vezes o quadro inicial reaparece, geralmente acompanhado de comorbidades, que são doenças subjacentes que só aparecem pelo estímulo recebido pelos psicotrópicos!
Some-se a isto a aquisição ilegal das drogas psiquiátricas, muitas delas vendidas pela web, em sites que, assim como aparecem, também somem (o que impossibilita a apreensão da mercadoria e a prisão dos responsáveis), e temos uma situação de verdadeiro caos!
Indivíduos que se automedicam, 'maravilhados' com os resultados iniciais, aumentam sem critério o uso das anfetaminas, na busca de sempre melhores resultados. O que não se configura. Pelo contrário.
O que são anfetaminas
Em um interessante texto sobre anfetaminas, lê-se:
"Anfetaminas são substâncias químicas produzidas em laboratório consideradas como estimulantes, já que provocam o aumento da atividade cerebral do indivíduo, deixando o usuário eufórico, ofegante e “elétrico”. Esse aumento do processo cerebral é totalmente nocivo para a saúde, já que leva o usuário a extrapolar seus próprios limites, podendo causar danos irreparáveis ao cérebro. Quando esse ciclo de euforia acaba, o usuário se sente debilitado, fraco e depressivo, se vê obrigado a voltar a consumir novas e maiores doses da droga, criando assim um processo de dependência.
Essas drogas podem ser consumidas através de comprimidos, por via oral, diretamente injetada na corrente sanguínea, sob a forma de pó ou dissolvidas em bebidas alcoólicas. Os maiores usuários das anfetaminas geralmente são estudantes, caminhoneiros, pilotos e atletas, que buscam a melhora de desempenho em suas atividades, já que as anfetaminas aceleram o cérebro e provocam a perda de sono.
Além de afetar o cérebro humano, as anfetaminas causam a dilatação da pupila, aumento das pulsações e da pressão cardíaca.
Essas drogas possuem efeitos tão fortes que alguns delírios e alucinações causados pela droga podem levar o usuário ao suicídio por razões ilusórias, como uma perseguição imaginária, por exemplo." (Mundo Educação)
Pertencem à família das anfetaminas: a cocaína, a Ritalina, Concerta, Venvanse (dimesilato de lisdexanfetamina)
No Portal ANVISA, lê-se:
"As anfetaminas têm sido alvo de extenso uso abusivo. Tolerância, dependência psicológica extrema e incapacidade social grave ocorreram. Há relatos de pacientes que aumentaram a dose muito acima dos níveis recomendados. A interrupção abrupta após administração prolongada de dose alta resulta em fadiga extrema e depressão mental; alterações no eletroencéfalograma (EEG) durante o sono também são observadas. As manifestações de intoxicação crônica com anfetaminas podem incluir dermatose grave (doença da pele), insônia acentuada, irritabilidade, hiperatividade e mudanças de personalidade.
A manifestação mais grave de intoxicação crônica é psicose, em geral não diferenciada clinicamente da esquizofrenia. O abuso deste medicamento pode causar dependência. As anfetaminas têm alto potencial de abuso. O uso de anfetaminas por períodos prolongados pode levar à dependência do fármaco.
O uso indevido de anfetaminas pode causar morte súbita e eventos adversos cardiovasculares graves. Este medicamento pode causar doping.
(...)
Procure o médico imediatamente se o paciente apresentar sintomas novos ou piora de sintomas ou problemas mentais durante o tratamento com VENVANSE, especialmente ver ou ouvir coisas que não são reais, acreditar em coisas que não são reais ou são suspeitas."
continuar lendo:
http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/frmVisualizarBula.asp?pNuTransacao=24013492016&pIdAnexo=3961932
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/drogas/anfetaminas.htm
Link desta texto, nesta página: https://suicidionao-sempretemquemseimporta.blogspot.com/2019/09/anfetaminas-cocaina-ritalina-concerta.html
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